IPELÉ ÁWÓ (A origem da cor) primeira mostra individual da artista plástica Aislane Nobre, traz desenhos feitos com uma técnica chamada Sgraffito (técnica de raspagem, pouquíssima explorada), que ganha mais vida em suas mãos fazendo um paralelo com a origem das cores no candomblé e as suas origens africanas.
A exposição é fruto de
um estudo feito pela a artista, sobre as cores no candomblé, o seu surgimento, significado, e a energia que tem cada cor. Por ser neta de um ojé ,sacerdote do culto de egun (do terreiro Ilê agboulá, fundado durante o primeiro quarto do século XX e descende em linha direta dos antigos terreiros, que existiram aproximadamente entre 1820 e 1935.) e sobrinha neta de Moacyr de Ogum, o primeiro iniciado do sexo masculino no ilê axé opô afonjá, por mãe senhora. Decidiu mostrar um pouco da religião cultuada pelos seus ancestrais e de que forma eles viam as cores. Trazendo a tona as cores consideradas puras no candomblé e as suas matizes.
Acompanhou a rotina dos adeptos, e teve como fonte de pesquisa o livro de Juana Elbein (Os nagô e a morte) e o livro de Marisa Vianna (Baba egun). Através do Sgraffito ela mostra uma das religiões mais misteriosa, trazida pelos escravos e ainda existente na ilha de Itaparica. A importância das cores no candomblé é evidenciada em cada obra. As cores vivas que surgem da raspagem do nanquim dão mais impacto e movimento aos traços deixando bem claro que a cultura nunca vai morrer e sempre será lembrada, respeitada e homenageada por trazer tanta beleza ,vivacidade e axé. Ao todo são 20 obras que revelam a beleza das cores em contraste com o preto, além de um vídeo mostrando os passos da técnica utilizada e imagens de alguns elementos importantes na religião destacada.
A vernissage será dia 24 de agosto as 17:30 as 19:30h no MAFRO (museu afro brasileiro da UFBA) .E a exposição vai até dia 21 de setembro, de seg a sex, das 09:00 as 17:00h.
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